domingo, 10 de julho de 2011

HOSPITAL FECHADO

        O Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, no Cajú, fechou suas portas em 2008. Primeiro pela violência das favelas no seu entorno, depois a saída de seu quadro clínico, pois tinham medo de ir trabalhar, acarretaram o abandono, a depredação e aconstrução de barracos nos fundos do terreno. Ele está condenado à morte.
  O imóvel, histórico, foi inaugurado por Dom  Pedro II em 9 de novembro de 1889 num dos últimos atos do império, de valor inigualável no Brasil. O Instituto foi referência no tratamento de doenças infectocontagiosas e o primeiro a ser construído na forma de pavilhões, separando pacientes por doenças, além de crianças e mulheres dos demais internos. Para Fabio Bittencourt sua localização fez com que " ele seguisse o caminho do abandono " pois está localizado no entorno do Cemitério S.F. Xavier, a expansão da favela Parque Alegria, da Av. Brasil e da Linha Vermelha. Tudo isto culminou para sua degradação.

  Em 2002 durante a epidemia de dengue no entanto, o Instituto desempenhou um trabalho fundamental no combate à doença: fez mais de 2000 atendimentos, sem que houvesse uma só morte.

  Seu terreno tem 20 mil metros quadrados e com toda a sua segurança um pavilhão foi saqueado em telhas e janelas. Traficantes usam-no como refúgio e usuários de crack consomem a droga dentro do terreno. Mas a maior ameaça é a favela onde mais de 50 casas foram erguidas junto ao muro da Vila Militar do Arsenal da Guerra do Rio, com até 3 andares e esta favela não pára de crescer.

  O Governo do Estado deveria tratar com cuidado mas com urgência esse problema. Carecemos de hospitais. Carecemos de prédios históricos, bem cuidados, que contam a história desta cidade e desta nação. A vigilância tem e deve ser rigorosa. Que se estabeleça um plano de reintegração, como hospital. Que se encontre e se crie uma rota segura para que pessoas,  necessárias a seu funcionamento,  possam ir e vir sem medo. Isto é um dever do estado. É necessário urgência urgentíssima. Assim teremos mais um hospital  num estado tão carente deles, um hospital referência tal como foi criado por um homem que pensava além de seu tempo.

  O hospital fechou suas portas em 2008 após a liberação de R$ 6 milhões para uma reforma que nunca aconteceu. Nos fundos da unidade o esqueleto de um prédio da UFRJ havia se transformado em depósito de lixo. Em seus últimos dias de atividades o Instituto de Infectologia São Sabastião teve sua lavanderia invadida e transformada num abrigo para cavalos de moradores da favela Parque Ladeira dos Funcionários.

  A pergunta que fica no ar: como se deixa chegar a tal ponto de degradação, tendo que ser fechado, um hospital que era referência em doenças infectocontagiosas? Descaso? Má admonistração? Corrupção? Desleixo? Falta de cuidado com as coisas públicas?
É muita omissão.

  Até quando vamos ver coisas como essas acontecendo ? Tantas outras coisas?

                                            Até quando....?!


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