ÊXTASE
( por M.A. Andrade )
Nada ouse, sinta somente
e deixe a imaginação fluir, mansamente
como a água que rola por entre as pedras do rio.
Relaxe, solte seu corpo
e se deixe acariciar,
como a brisa fresca da manhã, que as fôlhas vem agitar.
Estremeça de prazer
e abrigue no seu ventre, a semente da paixão.
Funda-se inteira
corpo e alma
carne e prazer
e ame com todo seu coração
e ame com todo o seu ser.
Por instante seja a terra seca
que entra em êxtase
quando a chuva vem saciar sua sede.
Por um momento seja mulher
e se dê inteiramente
por um momento seja livre
e viva eternamente.
( Publicado em 1985 na Antologia Poética de Cidades Brasileiras )
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