quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SOMÁLIA ENCURRALADA

  A fome da Somália já atinge mais mais da metade da população, deixando 4 milhões de pessoas em situação crítica e já se espalha para outras regiões. As agências humanitárias já estimam 13 milhões de pessoas na África Oriental - incluindo Etiópia e o Quênia - estão em emergência alimentar causada pela pior seca dos últimos 60 anos na região e por conflitos que dificultam
a entrada de ajuda. Desde 1991, a Somália - no caos da guerra civil - deixou de ser um Estado funcional.

 
  Se as chuvas não caírem até outubro, este mês, o futuro de milhões de pessoas encurraladas pela guerra civil parece mais incerto ainda. Mesmo a chuva caindo não haverá colheitas até 2012. O acesso de organismos de ajuda ainda é um problema nas regiões centro-sul.  A maioria das agências humanitárias está banida da região por um grupo rebelde que tem conexões com a al-Qaeda, dizem. A maior parte da ajuda é distribuída para pessoas que conseguem chegar a Mogadíscio ou a campos de refugiados no Quênia ou na Etiópia.

  Se o fraco governo de transição da Somália, apoiado pelo Ocidente, não for reforçado, a ilegalidade que permitiu que a fome prosperasse e a paz esquivasse, não vai diminuir. Está havendo combates pesados e reuniões de cúpula da ONU não estão sendo suficientes para chegar a um resultado. A reunião é um processo liderado por somalis e para os somalis. A ONU está facilitando o encontro. Os somalis vivem sem segurança em seu país e fogem para diferentes regiões do mundo. Paz e segurança, para eles, é o que há de mais importante. Até a chuva fica em segundo plano.

  O presidente dos Médicos Sem Fronteiras diz que ajudar as pessoas da Somália é tarefa quase impossível. Não basta apenas dar dinheiro. Em certos lugares destruídos pelos conflitos, é quase impossível chegar. Não é a seca ou os problemas naturais que impedem a ajuda e sim a própria ação do homem. Muitos dos que migram não conseguem chegar a concluir viagem. O MSF enfrenta, em certos locais, o impedimento de exercer seu trabalho.

  Diz Unni Kurunakara : " Se nós mesmos já estávamos lutando e passando por dificuldades para trabalhar lá, sabemos que outros sequer conseguirão fazer o que tem que fazer".
  
 A população somali vem vivendo em um país em guerra e sem governo há 20 anos, com longos períodos de fome e seca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário