domingo, 12 de junho de 2011

POESIAS

                               RETÔRNO
                                            ( por M.A.Andrade )


     Do alto do mesmo morro
onde brincava quando criança
olho para a minha cidade, e estremeço
como num sonho, quando alguém nos alcança.
  Lá embaixo as mesmas casas,
os mesmos varais, a mesma rua
mas o que vejo é só tristeza,
o que vejo é só solidão.
  Não há mais o encantamento de uma noite de verão
onde nossos corpos ardentes, colados num ato de amor,
nos levavam a um mundo encantado
onde não havia sombra, nem dor.

 Fecho os olhos
procuro achar na lembrança
aquela visão tentadora que me fez aqui voltar
mas nada do que encontrei me fazem acreditar
que aqui nasci, vivi e tanto te amei...
Abro os olhos e choro saudades esquecidas.
Abro os olhos e choro saudades escondidas.
Abro os olhos e fico aturdida
pois não encontrei minha cidade querida.

Choro tudo o que tenho vontade e, ao terminar
vem a reflexão para me consolar.
É que não se pode reter no tempo e no espaço
o momento de êxtase, o momento do prazer.
Ele é único, só nosso, exclusivo,
lindo, maravilhoso, mesmo que seja dorido
e muito embora, por ser eterno não se perde no infinito.

Desço o morro, lentamente,
tentando aparentemente apanhar  os cacos
da vida que aqui deixei
e colar pedaço a pedaço,
para dizer, a mim mesma, que pelo menos amei.
Um conselho vai porém
jamais procurem querer a vida como era antes,
pensem no futuro, sonhem, amem bastante
porque amor significa vida, sentimentos, emoções
e assim jamais lavarão feridas
ou viverão de ilusões.



          

                                              

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