sábado, 27 de agosto de 2011

ARTES

             FRANCISCO JOAQUIM BETHENCOURT DA SILVA

  Bethencourt da Silva nasceu no mar, na altura de Cabo Frio a bordo do veleiro português " Novo Comerciante " em transito para o Porto Do Rio de Janeiro. Era filho do carpinteiro português Joaquim José da Silva e da bretã Saturnina do Carmo Bethencourt. Estudou no Seminário São José, ingressando em 1845 na Academia Imperial de Belas-Artes. Completou seu curso com bolsa de estudos em Roma. Passou em concurso como funcionário em Obras Públicas em 1850.

  Dia 06 de setembro de 2011 é o centenário desse grande arquiteto do qual devemos nos orgulhar. Em 1872 se tornaria o primeiro arquiteto a projetar um bairro, o de Vila Isabel a pedido do Barão de Drumond que tinha adquirido a Fazenda do Macaco e queria transformá-la em área urbana.

  Ele foi responsável por algumas emblemáticas construções da cidade como o prédio CCBB e o portal do Cemitério São João Batista. Pioneiro na construção de espaços educacionais como o Colégio Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado e a reforma do Colégio Pedro I, na Marechal Floriano com sua fachada neoclássica, além do Instituto Benjamin Constant, na Urca, para cegos e para meninas indigentes, o Recolhimento de Santa Tereza, em Botafogo.

   São de sua alçada as torres da Igreja Santíssimo Sacramento, na Avenida Passos e da projeção da cúpula da Igreja da Candelária. Projetou o Boulevard 28 de Setembro, com arborização central e lateral, calçadas largas e um jardim zoológico. O novo bairro foi integrado através de linhas de bondes. Foi o primeiro a construir uma avenida e um sistema de transportes coletivo. Sua visão global lhe dizia que não se pode fazer intervenções urbanas sem pensar no coletivo e de que não se pode pensar em um bairro sem lazer e transporte. Sua visão era de abertura e não de bloqueios.

  Sob a perspectiva de especialistas foi na área da educação que ele fez sua contribuição à cidade. Foi o primeiro arquiteto do país a projetar prédios escolares. Colégio Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado

e o do Centro Cultural, na Gamboa. Criou com isso a Sociedade Propagadora de Belas Artes. Nascia assim o Liceu de Artes e Ofícios para a educação técnica e gratuita da classe trabalhadora. Foi a primeira o oferecer cursos noturnos e a partir de 1881, a aceitar mulheres em suas classes. Era voltada para a população trabalhadora e pobre do Rio de Janeiro. Foi um revolucionário na área técnica formando um colégio técnico gratuito que a partir dali se espalhou por todo o país.

  Segundo o historiador Alberto Taveira, era um homem antenado com o mundo, educador e modernizador do ensino, preparando o Brasil, saído da escravidão, para o futuro industrial. As atividades manuais, relegadas aos escravos, considerados os motores das casas, através do Liceu mostrou que eram importantes fazendo a transição do trabalho escravo para o trabalho livre.
  

  Muito ainda poderia e deveria ser escrito sobre este ilustre arquiteto e "urbanista" que tão bem soube colocar suas idéias em prática.

  Era um homem que quase foi esquecido mas graças ao historiador Nireu Cavalcanti poderemos prestar nossas homenagens em seu centénário.


  Esperemos que nossos arquitetos, engenheiros, urbanistas, construtores e autoridades em geral recebam um pouco só da energia e amor que devem emanar de seus feitos.






UMA VISÃO DE ABERTURA E AMOR AO SEU TRABALHO!!!




















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